O Movimento T vive da liberdade e da pluralidade. Assim, é natural que no seu interior surjam debates, em que os membros do Movimento T assumem posições divergentes. No fim, a democracia interna reina, e o resultado final provém de uma decisão tomada, através de uma votação, colectivamente. Para além desta metodologia de decisão, outro facto comprova a liberdade e pluralidade do Movimento T: o mesmo conta com a participação de pessoas de vários partidos e ideologias.
Uma das acusações de que o Movimento T foi alvo é a de que é financiado pela JS. Esta acusação aproveita-se do facto de eu ser da JS. Mas basta olhar para a equipa da vice-presidência para concluir que o Movimento T, e a Lista T por ele apresentada, estão longe de querer servir uma agenda político-partidária da JS: a Vice-Presidente Ana Barbosa (“Bé”) é militante da Juventude Popular, a Vice-Presidente Tânia Gabriel é militante da JSD, e o Vice-Presidente Tiago Flôr fez parte de uma plataforma estudantil do ensino secundário que se opôs às políticas da ministra da Educação.
Não digo nada de novo no parágrafo anterior: já o disse no primeiro debate.
Ora, é aqui que surge um pedido de desculpas público que devo ao meu Vice-Presidente Tiago Flôr. Devo esse pedido por duas razões:
Em primeiro lugar, por ter mencionado o nome da Plataforma de que ele fez parte num debate que nada tem a ver com a mesma. Quando o Movimento T, e o meu nome, foram atacados de forma mesquinha, com boatos, com maledicência, tentei sempre manter o nível ao longo destas semanas. Mas eis um dos grandes perigos dos ataques baixos: o perigo de, por vezes levarem, a defesas, também elas, baixas. Não devia ter citado o passado do meu Vice-Presidente no debate, por muito que o mesmo prove a falsidade das acusações de que o Movimento T foi alvo. Porque não é sobre o passado das pessoas que devemos falar, quando elas assim o não desejam – nem mesmo para nos defender.
Em segundo lugar, devo um pedido de desculpas ao meu Vice-Presidente Tiago Flôr por ter dito que a Plataforma era de extrema-esquerda. A plataforma de que ele fez parte opôs-se a políticas da ministra da educação, o que prova o quão longe está o Movimento T de servir uma agenda político-partidária. Mas não é uma plataforma da extrema-esquerda: é uma plataforma sem cor partidária. Hiperbolizei a oposição da mesma a políticas do Governo ao apelidá-la de extrema esquerda e, por isso, devo retirar essa afirmação.
Se todos nós, estudantes, estamos à espera de uma equipa em nunca haja discordâncias, estamos apenas à espera de ser enganados. Se todos nós, estudantes, estamos à espera de um líder que não cometa erros, estamos à espera de ser enganados. A Lista T é uma lista em que a união se faz não do unanimismo cego mas sim do debate esclarecido. A Lista T é uma lista que não deixa o seu cariz pluralista escondido, sem ninguém o ver, mas sim que o mostra, orgulhando-se de albergar, no seu seio, o debate e o diálogo. E eu cometo erros, como qualquer outra pessoa também os comete, ao longo da sua vida. Julgo que o grande desafio não é apenas cometer o menor número possível de erros, algo que tento sempre fazer: é também assumir publicamente os erros cometidos, e pedir desculpas às pessoas neles envolvidas.
São estes os meus compromissos perante todos os estudantes, nomeadamente perante aqueles que me acompanham neste projecto: liderar uma equipa pluralista; manter o nível do debate; procurar cometer o menor número de erros possível mas, quando os cometer, assumi-los publicamente e pedir desculpas aos envolvidos, com humildade e vontade de melhorar.
Não esperemos a perfeição, estaremos apenas à espera de ser enganados. Juntos, assumamos os nossos defeitos e virtudes, tentando ajudar-nos mutuamente a melhorar, unidos pela mudança, pela abertura, pela transparência, pela frontalidade.
Agradeço a todos os que me têm acompanhado nesta caminhada. Contem com um Presidente pronto a ouvir críticas, pronto a assumir os erros, pronto a pedir desculpas, pronto a querer melhorar, ao serviço dos ISCSPianos.
David Erlich
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